Salmo 36: A luz de Deus
- Angela Dias
- há 2 dias
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A profundidade da graça e a grandeza de Deus. Você já sentiu que suas emoções estão fora de controle? O Salmo 36 revela que, mesmo diante da maldade humana, a fidelidade e a luz de Deus nos oferecem direção e equilíbrio.
Por Angela Dias | Salmo 36 | 04 de junho de 2025

O estudo de hoje nos leva a uma jornada profunda pela alma humana e pela infinita misericórdia de Deus. O Salmo 36 nos mostra o contraste entre a maldade dos ímpios e a bondade incomparável do nosso Criador. Enquanto o salmista Davi descreve as trevas que habitam o coração humano, ele também revela a luz poderosa que emana de Deus, capaz de transformar qualquer realidade.
A maldade do homem não anula a fidelidade de Deus
“Há no coração do ímpio a voz da transgressão. Não há temor de Deus diante dos seus olhos.”(Salmo 36:1)
O salmista começa revelando o estado interior do homem sem Deus. Ele fala da ausência do temor, da arrogância que impede o arrependimento e do prazer em fazer o mal. Vivemos em uma geração que, muitas vezes, trata o pecado com naturalidade e ignora as consequências espirituais. Mas Davi deixa claro: a transgressão nasce no coração e onde não há temor, não há limites.
Essa reflexão nos convida a avaliar: qual voz temos alimentado dentro de nós? A voz do ego, do orgulho e da transgressão ou a voz da verdade, da humildade e da sabedoria?
A fidelidade divina é nossa segurança
“A tua misericórdia, Senhor, chega até os céus e a tua fidelidade até às nuvens.”(Salmo 36:5)
Mesmo diante da maldade humana, Davi exalta a incomparável fidelidade de Deus. Sua misericórdia é tão elevada que não pode ser medida pelos padrões humanos. Aqui aprendemos um princípio poderoso: Deus não é influenciado pelas circunstâncias. Ele é constante.
Muitas vezes, medimos Deus pela régua da nossa instabilidade emocional. Mas o salmista nos ensina que mesmo quando somos infiéis, Ele permanece fiel (2 Timóteo 2:13). Isso não é desculpa para viver no erro, é motivo para buscar transformação todos os dias.
A presença de Deus é fonte de vida e luz
“Pois em ti está o manancial da vida, e na tua luz vemos a luz.”(Salmo 36:9)
Essa é uma das passagens mais profundas do Salmo. O salmista nos revela que só em Deus há verdadeira vida e é na luz d'Ele que enxergamos com clareza. Em outras palavras, sem Deus, andamos em trevas, mesmo quando pensamos estar no controle.
Quantas vezes tomamos decisões na escuridão da nossa ansiedade? Quantas vezes ouvimos conselhos que nos afastam da luz? O versículo 9 é um chamado para nos reabastecermos na fonte de vida eterna que é o próprio Deus. Ele é o nosso ponto de partida, nosso guia e nosso destino.
Um clamor por proteção e justiça
“Estende a tua benignidade sobre os que te conhecem e a tua justiça sobre os retos de coração.”(Salmo 36:10)
Davi termina o salmo com um clamor sincero. Ele pede que a bondade de Deus continue se manifestando sobre aqueles que o conhecem. Isso nos mostra que conhecimento de Deus não é só intelectual, é relacional. É fruto de intimidade, tempo, busca e entrega.
O salmista entende que precisamos da proteção divina não apenas contra inimigos externos mas também contra as inclinações internas do nosso próprio coração.
Quando conhecemos a luz, não aceitamos mais a escuridão
O Salmo 36 é um lembrete poderoso de que a maldade humana nunca será maior que o amor de Deus. A fidelidade do Senhor é nossa âncora, Sua luz é nosso guia e Sua presença é nossa fonte de vida. Por isso, nossa oração precisa ser: “Senhor, guarda o meu coração da transgressão e enche meus olhos com a Tua luz.”
Se você deseja romper com hábitos destrutivos e caminhar em direção ao seu propósito, comece cultivando o temor do Senhor e buscando a presença d'Ele todos os dias. Lembre-se: onde está a luz, as trevas não resistem.
A luz que resgatou Feny: Quando a balada virou pesadelo e Deus virou refúgio: “Em ti está o manancial da vida e na tua luz vemos a luz.” – Salmo 36:9
Feny tinha 17 anos e um coração dividido. Filha de pais amorosos, cresceu em ambiente cristão e conhecia as verdades da fé. Mas como muitos adolescentes, passou a ver os limites como prisões. Começou a testar os limites, a esconder saídas, a mentir sobre onde estava. E foi assim, em pequenas concessões, que entrou num mundo onde as luzes eram fortes por fora mas escuras por dentro.
A rotina escondida que parecia liberdade: Quase todo fim de semana, Feny dava a mesma desculpa: “vou dormir na casa da fulana”. Mas o destino real era outro: festas e baladas, com amigos que os pais nem sabiam que existiam. Na frente da família, um rosto calmo. Na madrugada, um mundo de bebida, música alta e decisões impulsivas. Ela se dizia livre, moderna, dona de si. Mas no fundo, cada noite trazia um pouco mais de vazio. E numa dessas madrugadas, tudo mudou.
Quando a noite se transforma em trauma: Era uma sexta-feira. Feny estava numa festa em uma casa afastada. Lá estavam pessoas que ela mal conhecia. Bebidas circulando, celulares na mão, risadas soltas e um ar de “tudo pode”. Até que, sem perceber, alguém filmou Feny em um momento de vulnerabilidade, dançando de forma provocativa, visivelmente alterada pelo álcool.
O vídeo foi parar nas redes sociais. Em poucas horas, seus colegas da escola, seus pais, sua igreja... todos viram. A dor foi imensurável. Vergonha, raiva, desespero. Ela não queria sair de casa, não conseguia olhar nos olhos dos pais. A liberdade que buscava se transformou em escravidão emocional. E, pior: tudo aconteceu porque ela estava num lugar onde nunca deveria estar.
“Há no coração do ímpio a voz da transgressão. Não há temor de Deus diante dos seus olhos.”(Salmo 36:1)
Feny percebeu que a voz que ela vinha escutando não era a de Deus. Era a voz do engano, da transgressão, do prazer imediato que gera consequências duradouras.
A volta para a luz: No silêncio do seu quarto, sem maquiagem, sem filtro e sem multidão, Feny pegou a Bíblia que estava esquecida na prateleira. Abriu em lágrimas, sem saber por onde começar. E caiu exatamente no Salmo 36.
“A tua misericórdia, Senhor, chega até os céus e a tua fidelidade até às nuvens.”(Salmo 36:5)
Foi como se aquelas palavras tivessem sido escritas para ela, naquele momento. Ela chorou como nunca. Não de vergonha, mas de arrependimento. Pela primeira vez, sentiu o amor de Deus não como teoria, mas como presença real. Ali, Feny entregou sua dor, sua rebeldia, sua vergonha. E encontrou um novo começo.
Um novo estilo de vida: Feny começou a se reconectar com a fé, com os pais e com a sua identidade. Buscou ajuda, recebeu conselhos, mudou o ciclo de amizades. Hoje, ela usa sua história para alertar outras meninas que acham que a liberdade está nos excessos. Ela diz:
“Não foi a exposição do vídeo que me destruiu. Foi a escuridão interior que eu estava alimentando. Mas foi a luz de Deus que me resgatou.” “Em ti está o manancial da vida e na tua luz vemos a luz.”(Salmo 36:9)
Conclusão: nem toda luz é luz, mas a luz de Deus é libertadora
A história de Feny é o retrato de muitos jovens que têm fome de aceitação, sede de liberdade e acabam bebendo da fonte errada. As baladas oferecem brilho momentâneo, mas escondem armadilhas. A verdadeira luz não está nas festas nem nas redes sociais. Está em Deus.
A fidelidade de Deus não falha. Mesmo quando você falha. Mesmo quando você se esconde. Mesmo quando ninguém mais acredita em você.
Se você está vivendo um ciclo de engano, hoje é o dia de parar, abrir a Palavra e deixar a luz entrar. Ainda dá tempo de recomeçar. E quando você conhece a luz de Deus, nunca mais aceita viver na escuridão.
Angela Dias - Instagram SBFé.
Ministério Família da Assembleia dos Santos Ipiaú - BA
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