Sua saúde: colheita ou provação?
- Angela Dias

- 23 de mar.
- 4 min de leitura
"Um dia você acorda e percebe: Não estou bem. O que será?"Essa é a pergunta que ecoa no silêncio da alma. A dúvida vem carregada de angústia:"Por que estou assim?"Mas há outra pergunta, mais profunda e transformadora, que raramente fazemos:"Para que estou assim?" Vamos refletir? Por Angela Dias – SP, 13/01/2019

O que você plantou ao longo da sua vida?
Ao falar sobre saúde, não estou me referindo apenas ao corpo físico ou à nutrição alimentar. Ainda que essa seja uma dimensão importante, saúde é um conjunto que envolve corpo, alma e espírito.
Sabemos que somos o que comemos, mas também somos como comemos. Alimentos aparentemente saudáveis podem, dependendo do preparo e da frequência, se tornar armadilhas disfarçadas. Alimentação não é só questão de cardápio, é inteligência emocional à mesa, é autocontrole, é administração da própria história alimentar.
A saúde que você tem hoje é fruto de uma plantação longa, muitas vezes inconsciente, que envolve costumes familiares, cultura, condições financeiras e até desinformação. Mas... até quando vamos culpar o passado?
A palavra de Deus nos ensina que “tudo o que o homem semear, isso também colherá” (Gálatas 6:7). Logo, não é apenas uma questão de culpa, mas de responsabilidade consciente.
Histórias de quem colheu... e decidiu replantar - A história de Zafoniel: o que se semeia em silêncio, um dia grita em dorZafoniel (do hebraico ṣāphôn, que significa “oculto por Deus”) era um empresário de sucesso no ramo da construção. Aos 52 anos, foi surpreendido por um AVC. Nunca fumou, não era obeso, mas vivia sob pressão emocional constante, dormia pouco e sua alimentação era baseada em fast-food e café.
Quando acordou após o susto, murmurou a pergunta: "Por que estou assim?" Mas foi ao ouvir uma pregação em um hospital evangélico que ele entendeu:“Para que estou assim?”Ali ele iniciou sua jornada de restauração. Zafoniel não apenas melhorou sua saúde física, como começou a ministrar em hospitais, encorajando outros pacientes a buscarem propósito mesmo na dor.Colheita ou provação? Eis a grande pergunta
Agora vamos separar as situações. Existem sim casos em que a enfermidade é consequência direta de maus hábitos. Doenças como hipertensão, diabetes tipo 2, esteatose hepática e insuficiência renal, muitas vezes, se desenvolvem ao longo de anos de negligência com o próprio corpo.
Outras vezes, a situação é diferente. Você cuidou da saúde, fez o que era possível, e mesmo assim adoeceu. Isso nos leva à pergunta que Jesus não respondeu com explicação, mas com propósito.
Quando perguntaram a Jesus sobre o cego de nascença — se era culpa dele ou dos pais — Ele respondeu:“Nem ele pecou nem seus pais, mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus” (João 9:3).
Ou seja, nem sempre é colheita... às vezes é missão.
Histórias de quem recebeu a provação como missão - A história de Elibzor: o dom da dorElibzor (hebraico 'elî-bāṣar, "Deus é minha carne") nasceu com uma condição genética rara chamada epidermólise bolhosa. A infância foi marcada por dores, feridas constantes e olhares de pena. Mas sua mãe, uma mulher de fé, sempre dizia: “Filho, você é diferente porque tem algo grande a cumprir.”
Aos 18 anos, Elibzor criou um canal no YouTube, onde compartilhava sobre sua rotina com a doença e falava do amor de Deus. O que era para ser um motivo de vergonha, se tornou uma plataforma de esperança. Hoje, seu testemunho alcança milhares de pessoas.Recomeçar é possível... mesmo com cicatrizes
A boa notícia é: sempre há um novo recomeço.
Mesmo quando não podemos mudar o diagnóstico, podemos mudar o rumo da nossa jornada. Há qualidade de vida que nasce com mudanças simples: alimentação, sono, movimento, meditação, conexão espiritual.
A dor pode ser a escola da transformação. Deus não desperdiça dor, não desperdiça lágrima, não desperdiça nenhuma fase da vida. O apóstolo Paulo disse:"A nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória" (2 Coríntios 4:17).
Histórias de quem usou a dor como ponte para o milagre - A história de Mahaliar: quando a alma adoece antes do corpoMahaliar (do aramaico mahali, "enfermo" e iar, "clamar") era nutricionista. Ironia? Talvez. Dedicava sua vida a cuidar da saúde dos outros, mas esquecia de si mesma. Um divórcio traumático a levou à depressão profunda. Começou a comer compulsivamente, desenvolveu obesidade mórbida e resistência à insulina.
Foram dois anos entre quedas e tentativas. Um dia, sentada no chão da cozinha, exausta, ela clamou:“Deus, se o Senhor ainda está aí, me ajuda.”Naquela noite, ela sonhou com uma estrada, uma mesa posta e uma Bíblia aberta. Acordou decidida. Buscou ajuda médica, voltou à igreja, reestruturou sua vida. Hoje ela lidera um grupo de apoio chamado “Alimento com Alma”.Você pode ser feliz, mesmo com limitações
Ser feliz não é ter ausência de dores, é ter propósito mesmo com elas.É descobrir novos sabores, novos caminhos, novas maneiras de viver.É experimentar o sobrenatural no ordinário dos dias difíceis.
Cada um de nós carrega uma missão. Algumas visíveis, outras silenciosas.Mas todas podem ser vividas com fé, esperança e amor.
Conclusão: colheita, provação ou missão?
Se você hoje convive com uma enfermidade, faça uma pausa e reflita:“Estou colhendo algo que plantei ou estou sendo lapidado em meio à provação?”
Ambos os caminhos podem conduzir ao mesmo destino:uma vida com mais consciência, com mais gratidão e com mais Deus.
Você pode recomeçar, ganhar qualidade de vida e experimentar o novo.Não importa o diagnóstico, importa quem caminha com você.
Siga em frente. Viva sua missão. E seja feliz.
Referências bíblicas:
Gálatas 6:7 – “Tudo o que o homem semear, isso também colherá.”
João 9:3 – “Foi para que se manifestem nele as obras de Deus.”
2 Coríntios 4:17 – “A nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória.”
Angela Dias - Instagram SBFé.
Ministério Família da Assembleia dos Santos Ipiaú - BA







Comentários