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Salmo 94: Justiça, consolo e soberania

Você já se sentiu injustiçado e sem respostas? Deus vê toda injustiça e não ignora o clamor dos seus filhos. Mesmo em silêncio, o Senhor trabalha a nosso favor. Confie na disciplina que forma e na justiça que vem. Em tempos difíceis, abrace o refúgio que é Cristo e viva com fé, equilíbrio e esperança.

Por Angela Dias | Salmo 94 | Em 03 de agosto de 2025

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O Salmo 94 foi provavelmente escrito por um dos levitas ou profetas durante o período de grande opressão em Israel, possivelmente no tempo do exílio babilônico. O autor clama pela justiça de Deus diante da impunidade dos perversos, mostrando confiança na soberania divina mesmo quando os ímpios parecem prosperar.

Este salmo é uma súplica por intervenção divina. É uma oração de quem sofre, mas sabe que o Senhor é juiz e defensor dos justos.

Entenda como os judeus foram exilados na Babilônia.


O clamor por justiça divina

“Ó Senhor Deus, tu que julgas a terra, mostra tua indignação contra os orgulhosos! Levanta-te, juiz da terra, e dá aos maus o que merecem. Até quando os perversos triunfarão?” (V.1-7 - BV)

Explicação: O salmista expressa um clamor ardente. Ele não deseja vingança pessoal, mas a ação do Deus justo contra os arrogantes. O texto mostra um coração cansado da injustiça, mas ainda cheio de fé.

Aplicação prática: Nos dias de hoje, é comum sentirmos indignação diante da corrupção, da violência e das desigualdades. Este trecho nos ensina a entregar à justiça divina aquilo que não podemos controlar, confiando que Deus vê e age no tempo certo.


A soberba dos ímpios e o silêncio de Deus

"Eles proferem palavras arrogantes; vangloriam-se todos os que praticam iniquidade. Esmagam o teu povo, Senhor, e afligem a tua herança." (V.04-7)

Explicação: O salmo denuncia a arrogância dos injustos e a opressão sobre os inocentes. Há um aparente silêncio de Deus, mas ele não significa ausência. É um momento de prova.

Aplicação prática: Quando parece que o mal está vencendo, não significa que Deus abandonou o controle. Ele está trabalhando em silêncio, preparando justiça e restauração para o tempo certo.


A sabedoria de Deus diante da insensatez humana

"Atendei, ó estúpidos dentre o povo! E vós, loucos, quando sereis sábios? Aquele que fez o ouvido não ouvirá? O que formou o olho não verá?" (V.08-11)

Explicação: Deus é o Criador. Nada escapa à Sua atenção. A insensatez humana é repreendida com ironia e firmeza. Deus vê e ouve tudo.

Aplicação prática: Não subestime a percepção divina. Nada do que vivemos passa despercebido aos olhos do Senhor. Ele conhece intenções e julga com equidade.


O consolo da correção divina

"Bem-aventurado o homem a quem tu repreendes, ó Senhor, e a quem ensinas a tua lei, para lhe dares descanso dos dias maus..." (V.12-15)

Explicação: A disciplina de Deus é sinal de amor. Ele nos ensina para nos preservar. O sofrimento é ferramenta de aprendizado e crescimento.

Aplicação prática: Ao invés de reclamar da dor, pergunte a Deus o que pode aprender com ela. Os tempos difíceis também são tempos de formação espiritual e emocional.


Deus é refúgio e socorro em meio à aflição

"Mas o Senhor tem sido o meu alto refúgio e o meu Deus, o rochedo do meu refúgio. E sobre eles fará recair a sua própria iniquidade..." (V.16-23)

Explicação: O salmista encerra com uma declaração de fé. Deus é refúgio, defensor, justiça e libertador. Ele não falha e não abandona os seus.

Aplicação prática: Busque refúgio em Deus. Em vez de se desesperar, ore. Em vez de se vingar, confie. O Senhor é tua força e tua justiça.


História bíblica: Jeremias, o profeta rejeitado e profecia babilônica
	Jeremias foi chamado por Deus como um profeta, ainda muito jovem, para anunciar uma mensagem de arrependimento e profecia de exílio: se o povo de Judá não se arrependesse, Jerusalém seria invadida pela Babilônia, o templo destruído e o povo levado cativo por 70 anos (Jeremias 25:11-12). 
	Ele profetizou que Nabucodonosor seria usado como instrumento de juízo. Mas ninguém quis ouvir. Jeremias foi perseguido, preso e jogado em uma cisterna, afundado na lama, por dizer a verdade (Jeremias 38:6). Sofreu por amor a Deus e ao seu povo. Imagine a dor e o abandono! Mesmo assim, ele não parou de clamar ao Senhor. Deus usou um etíope para tirá-lo da cova. Jeremias sobreviveu, viu a palavra se cumprir e continuou sendo instrumento nas mãos de Deus.
	O exército babilônico, comandado pelo rei Nabucodonosor, invadiu Jerusalém, destruiu os muros, o templo e levou os judeus ao exílio (2Rs 25:1-11; 2Cr 36:17-21). Entre os exilados estavam o profeta Ezequiel (Ez 1:1-3), o nobre Daniel e seus três amigos, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego (Dn 1:6-7). Jeremias, que permaneceu em Jerusalém, nunca perdeu a fé. Ele escreveu o livro de Lamentações chorando pelos escombros da cidade (Lm 1:1-4). Sua vida é o reflexo do Salmo 94: o sofrimento dos justos não é ignorado, e a justiça de Deus, ainda que tardia aos olhos humanos, nunca falha.
História contemporânea: Cleusa, acusada injustamente 
	Cleusa era enfermeira em um renomado hospital particular. Trabalhava com excelência há mais de 10 anos. Um dia, durante seu plantão, um paciente faleceu após complicações inesperadas. A família, desesperada, acusou-a de negligência. Sem investigar direito, o hospital afastou Cleusa. Ela foi humilhada pelos colegas, perdeu amizades e viu sua reputação desmoronar. 
	Sozinha no quarto, chorava com a Bíblia aberta no Salmo 94: "O Senhor é meu refúgio". Jejuou e orou por justiça. Durante três meses, suportou noites de dor, mas não abandonou sua fé. 
	Um novo laudo, solicitado por um médico independente, revelou que o paciente sofria de uma dissecção aguda da aorta (ruptura na parede da maior artéria do corpo) uma condição grave e silenciosa que não havia sido identificada no pronto-atendimento. 
	A morte foi inevitável, mas Cleusa foi inocentada. O erro não era dela, mas de um quadro oculto, raro e traiçoeiro. A acusação foi retirada e o hospital pediu desculpas formais. Cleusa foi reintegrada, promovida e hoje lidera uma equipe de saúde integrativa, incentivando seus pacientes a aderirem aos Pilares para uma vida saudável, de forma preventiva.
Ela diz com lágrimas: “Foi a injustiça que me levou à justiça de Deus.”
Sua história ecoa o clamor e o consolo do Salmo 94.

Oração do dia

Senhor Deus, justo juiz e nosso refúgio, entregamos diante de Ti toda injustiça que enfrentamos. Cremos que Tu ouves nosso clamor e que, no tempo certo, tua justiça se manifestará. Ensina-nos a confiar, mesmo quando tudo parecer perdido. Que tua correção nos fortaleça e tua presença nos console. Livra-nos do mal, exalta os justos e revela tua glória através das nossas batalhas. Hoje, descansamos na tua soberania. Que o Salmo 94 seja nossa força e esperança. Em nome de Jesus, amém.


Angela Dias - Instagram SBFé.

Ministério Família da Assembleia dos Santos Ipiaú - BA


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