Salmo 79: Clamor, justiça e esperança
- Angela Dias

- 19 de jul.
- 4 min de leitura
Após 40 anos Jeremias pregando arrependimento da idolatria e desprezo do povo à palavra de Deus, A Babilônia invade Jerusalém. Este salmo expressa a dor da queda de Jerusalém e a esperança na restauração de Deus. Mesmo após o juízo, ainda é possível clamar por misericórdia. Deus é justo e fiel. Quando há arrependimento, há restauração. O clamor de hoje será o louvor de amanhã.
Por Angela Dias | Salmo 79 | Em 19 de julho de 2025

Este salmo foi escrito por Asafe, ou por membros de sua linhagem, os filhos de Asafe, levitas responsáveis pela música e adoração no templo. O contexto é sombrio: Jerusalém havia sido invadida, o templo profanado e o povo judeu massacrado. O cenário descrito aponta para o período da invasão babilônica, quando os exércitos de Nabucodonosor destruíram a cidade santa, conforme havia sido profetizado. Este salmo é uma súplica nacional de dor, arrependimento e pedido de justiça, um lamento diante da devastação espiritual e física sofrida por Israel. Abaixo, leia a história real e entenda o porque de tudo o que aconteceu.
Lamento pela destruição de Jerusalém
Versículos 1-4 “Ó Deus, as nações invadiram a tua herança, profanaram o teu santo templo, reduziram Jerusalém a ruínas. Deram os cadáveres dos teus servos por comida às aves dos céus, a carne dos teus fiéis aos animais selvagens. Derramaram sangue como água ao redor de Jerusalém, e não há quem os sepulte. Tornamo-nos motivo de zombaria para os nossos vizinhos, de escárnio e vergonha para os que nos rodeiam.”
O salmista relata a completa destruição do povo de Deus. A dor vai além da morte — é humilhação nacional, espiritual e social.
Aplicação prática: Em tempos de perda total, ainda podemos clamar a Deus. Não existe ruína tão profunda que a graça divina não possa reconstruir. Quando não temos mais nada, temos a oração — e isso é suficiente para reacender a esperança.
Clamor por misericórdia e justiça
Versículos 5-7 “Até quando, Senhor? Estarás irado para sempre? Arderá como fogo o teu zelo? Derrama o teu furor sobre as nações que não te reconhecem, sobre os reinos que não invocam o teu nome, pois devoraram Jacó e arrasaram a sua morada.”
Surge o clamor pelo fim da ira divina. O salmista reconhece que a disciplina de Deus é justa, mas pede que o julgamento também alcance as nações ímpias.
Aplicação prática: Quando enfrentamos consequências difíceis, podemos orar com sinceridade, pedindo a misericórdia de Deus. Mesmo que mereçamos correção, Ele ouve os que clamam com arrependimento.
Pedido de perdão e socorro
Versículos 8-10 “Não nos imputes as culpas dos nossos antepassados. Apressa-te a socorrer-nos com a tua misericórdia, pois estamos desesperadamente fracos. Ajuda-nos, ó Deus, nosso Salvador, para a glória do teu nome; livra-nos e perdoa os nossos pecados por amor do teu nome. Por que haverão as nações de dizer: ‘Onde está o Deus deles?’”
O salmista reconhece que o povo pecou, mas suplica por perdão e intervenção. Não por mérito próprio, mas pelo amor ao nome de Deus.
Aplicação prática: O perdão é possível quando há arrependimento. Quando clamamos a Deus com humildade, Ele responde. Não é sobre o nosso valor, mas sobre o caráter misericordioso d’Ele.
Apelo por justiça restauradora
Versículos 11-13 “Chegue diante de ti o gemido dos prisioneiros. Com o poder do teu braço, preserva os condenados à morte. Paga aos nossos vizinhos sete vezes mais pelas zombarias com que te insultaram, Senhor. Então nós, o teu povo e ovelhas do teu pasto, te louvaremos para sempre, de geração em geração cantaremos teus louvores.”
Explicação: A oração se transforma em promessa: Deus será louvado por sua restauração e justiça. Os prisioneiros voltarão a cantar, e a vergonha dará lugar ao louvor.
Aplicação prática: O sofrimento de hoje pode se tornar o testemunho de amanhã. Deus é justo e restaurador. Continue clamando, pois o louvor vai substituir o lamento.
História verdadeira: O motivo da invasão babilônica
Durante mais de 40 anos, o profeta Jeremias alertou o povo de Judá sobre a necessidade de arrependimento, especialmente por causa da idolatria e injustiça social. Ele pregou incessantemente, mas foi ignorado, perseguido e até preso. Havia profecias claras sobre a destruição de Jerusalém, mas também promessas de livramento — se o povo se arrependesse. No entanto, o povo escolheu desprezar o aviso de Deus.
Como consequência, Nabucodonosor, rei da Babilônia, invadiu Jerusalém, destruiu o templo e levou o povo ao cativeiro por 70 anos, conforme a profecia de Jeremias (Jr 25.11). Mas Deus, em sua fidelidade, não abandonou seu povo. Quando a Babilônia caiu para os persas, após os 21 dias de oração de Daniel (Dn 10), Deus levantou o profeta Esdras para iniciar o retorno do povo e a reconstrução espiritual de Jerusalém.
Logo depois, Neemias, o copeiro do rei, foi usado por Deus para reconstruir os muros da cidade em 52 dias (Ne 6.15). Ainda assim, Jerusalém nunca mais foi como nos dias gloriosos de Salomão, pois todas as suas riquezas haviam sido saqueadas. O Salmo 79 é, portanto, um eco do arrependimento tardio e da dor por não terem ouvido a voz profética no tempo certo.Oração do dia (com 90 palavras)
Senhor Deus, reconheço que muitas vezes me afasto dos teus caminhos e ignoro os teus avisos. Perdoa-me por minha rebeldia e endurecimento de coração. Ensina-me a ouvir tua voz, obedecer tuas instruções e confiar na tua justiça. Assim como restauraste Jerusalém após a destruição, restaura também minha vida, minha casa e minha fé. Que eu jamais despreze os alertas que vêm do céu, e que meu clamor alcance tua misericórdia. Fortalece-me para permanecer firme, mesmo em tempos difíceis. Em nome de Jesus, amém.
Angela Dias - Instagram SBFé.
Ministério Família da Assembleia dos Santos Ipiaú - BA







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