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Salmo 74: Dor, intercessão e esperança

Você já sentiu que Deus se calou diante da sua dor? No Salmo 74, o povo lamenta, mas também intercede e declara fé. Quando tudo parece ruir, lembre-se de quem é Deus, pois até no silêncio, Ele continua soberano. Clame com fé. Deus restaura, renova e responde no tempo certo.

Por Angela Dias | Salmo 74 | EM 14 de julho de 2025

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O Salmo 74 foi escrito por Asafe ou por algum dos seus descendentes, um dos principais músicos e profetas do templo. É um salmo de lamento comunitário, escrito durante um tempo de grande devastação: provavelmente logo após a destruição do Templo de Jerusalém, quando os babilônios invadiram a cidade em 586 a.C.

É um texto profundo e cheio de dor, mas também de fé e intercessão. O povo estava desolado, o templo profanado, e Deus parecia silencioso. O salmista se torna a voz de uma nação ferida, clamando por justiça, restauração e misericórdia.


O lamento do povo diante da destruição

Versículos 1-3: “Ó Deus, por que nos rejeitaste para sempre? Por que se acende a Tua ira contra as ovelhas do Teu pasto? Lembra-Te da Tua congregação, que adquiriste desde a antiguidade... Dirige os Teus passos para as ruínas eternas...”

O salmista inicia com um clamor angustiado. Ele se sente rejeitado por Deus e não entende por que o Senhor permitiria tamanha destruição ao Seu povo. Asafe pede a Deus que “lembre-se” de Sua aliança com Israel — como quem diz: “Somos Teu rebanho, não nos abandone!”. Ele descreve as ruínas como eternas, tamanha era a dor que parecia sem fim.

Aplicação prática: Há momentos em que nos sentimos esquecidos por Deus. A oração de Asafe nos ensina que podemos ser sinceros com o Pai. Deus não rejeita um coração quebrantado. Mesmo quando tudo parece ruína, Ele continua cuidando do rebanho.


2. A dor de ver o sagrado ser profanado

Versículos 4-8:“Os Teus inimigos bradaram no lugar das Tuas assembleias... destruíram as esculturas com machados e martelos... queimaram todos os lugares santos de Deus na terra.”

O salmista descreve a invasão dos inimigos que profanaram o templo. Eles entraram com violência, quebraram tudo que era símbolo sagrado, queimaram altares, destruíram tudo que representava a presença de Deus. Foi um ataque contra a fé, a identidade e a esperança do povo.

Aplicação prática: Quando vemos o que é sagrado sendo desprezado — princípios, valores, fé — isso nos fere. Porém, a nossa fé vai além de templos e estruturas. Deus habita em nós. E ainda que tudo ao redor pareça destruído, Ele continua firme e nos convida a permanecer.


3. A dor do silêncio e da ausência de direção

Versículos 9-11:“Já não vemos os nossos sinais; não há mais profeta... Por que reténs a Tua mão, ó Deus?”

O salmista lamenta que não há mais profecias, líderes espirituais ou qualquer sinal da direção divina. O povo está sem voz profética e sem visão de futuro. O silêncio de Deus é sentido como abandono. Asafe implora: “Deus, age! Faz alguma coisa!”.

Aplicação prática: Quando Deus silencia, não significa que Ele se ausentou. Às vezes, Ele está nos treinando no secreto. Não confunda silêncio com desprezo. Continue orando, mesmo sem respostas. Fé é confiar quando não se vê nada.


4. A declaração de fé em meio ao caos

Versículos 12-17:“Todavia, Deus é o meu Rei desde os tempos antigos... dividiste o mar... estabeleceste o sol e a lua... verão e inverno foram criados por Ti.”

Mesmo em meio à dor, Asafe declara sua fé no Deus soberano. Ele relembra os feitos do Senhor na criação e na história de Israel. É como se dissesse: “Mesmo sem entender, eu confio. Tu já fizeste grandes coisas e continuarás fazendo”.

Aplicação prática: A fé verdadeira não ignora o caos, mas escolhe lembrar quem Deus é. Quando tudo falhar, olhe para o céu e veja o Criador que nunca perde o controle. O mesmo Deus que criou o universo é quem sustenta você.


5. O clamor por justiça e restauração

Versículos 18-23:“Lembra-Te disto: o inimigo ultrajou o Senhor... não entregues às feras a alma da Tua rola... levanta-Te, ó Deus, e defende a Tua causa.”

Asafe clama por justiça. Ele pede que Deus se levante, que não permita que Seus filhos sejam entregues ao inimigo. Ele pede que o Senhor defenda Sua própria causa e mostre que continua governando.

Aplicação prática: Você pode orar com ousadia. Deus é justo e defensor daqueles que O invocam. Se algo foi destruído na sua vida, creia: Ele se levanta para restaurar e para mostrar que a última palavra ainda pertence ao céu.


História contemporânea, fictícia com lições reais

	Crivelo, um empresário cristão, construiu sua empresa com princípios cristãos. Ele não via seus negócios apenas como fonte de lucro, mas como um instrumento de propósito. Empregava dezenas de famílias, contribuía com a obra missionária e dava testemunho de fé no meio corporativo.
	Porém, algo inesperado aconteceu: uma combinação de fatores externos — mudanças econômicas repentinas, perda de contratos e instabilidade no mercado — fez com que a estrutura sólida da empresa começasse a ruir. Em poucos meses, tudo o que havia sido construído com tanto esforço desmoronou diante dos seus olhos. Foi como ver o templo da sua vida profissional sendo devastado, assim como os judeus viram o Templo de Jerusalém ser destruído, como narra o Salmo 74.
	Ele passou por um período de luto silencioso, onde orava e só recebia o silêncio. Questionava: “Deus, por que o Senhor permitiu isso? Até quando o inimigo triunfará?” (Sl.74:10) A angústia era real, e a ausência de respostas doía mais que o prejuízo.
	Em meio ao caos, ele foi lembrado da verdade eterna: “Todavia, Deus é o meu Rei desde os tempos antigos” (Sl.74:12). Sua fé se renovou e o fez recomeçar. Ele se levantou, buscou direção de Deus, estudou, ajustou sua liderança e recomeçou do zero.
	Pouco a pouco, Deus restaurou sua empresa, agora mais sólida, mais estratégica e ainda mais comprometida com os princípios bíblicos e com as famílias que ele empregara. Até construiu uma creche para os filhos das suas colaboradoras de (6m a 3 anos).
	O Salmo 74 é a história dos que enfrentam a perda, mas escolhem confiar em um Deus que restaura tudo o que o inimigo destruiu. Esse empresário entendeu: quando o templo cai, Deus ainda reina.

Oração do dia baseada no Salmo 74

“Senhor, em tempos de silêncio, perda e confusão, reconheço que Tu és o meu Rei desde a antiguidade. Mesmo sem respostas, escolho confiar na Tua fidelidade. Lembra-Te da aliança, restaura o que foi destruído, fortalece minha fé e defende a Tua causa em minha vida. Que eu permaneça firme, mesmo quando tudo ao redor parecer em ruínas, pois sei que o Teu trono jamais será abalado. Reina sobre mim, hoje e sempre. Em nome de Jesus, amém.”


Angela Dias - Instagram SBFé.

Ministério Família da Assembleia dos Santos Ipiaú - BA

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