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Salmo 137 — Exílio, Memória e Esperança

Você já se sentiu em terra estranha, incapaz de louvar? O exílio não é apenas geográfico, mas também emocional e espiritual. Quando as circunstâncias parecem sufocar nossa fé, precisamos lembrar de onde viemos e a quem pertencemos. Mesmo em meio à dor, existe esperança: o Senhor não nos abandona. Ele é fiel para restaurar alegria, propósito e cântico novo, ainda em terras estranhas.

Por Angela Dias | Salmo 137 em 15/09/2025

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O Salmo 137 foi escrito durante o exílio do povo de Israel na Babilônia, após a destruição de Jerusalém em 586 a.C. Não há um autor específico identificado, mas é considerado um cântico coletivo de lamento.

O salmo retrata a dor profunda do povo ao lembrar-se de Sião enquanto estava em terra estrangeira, sofrendo zombarias e humilhações. É um dos textos mais emocionantes da Bíblia, pois mistura saudade, tristeza e também desejo de justiça.





1. A dor do exílio

“Às margens dos rios da Babilônia, nós nos assentávamos e chorávamos, lembrando-nos de Sião. Nos salgueiros que lá havia, pendurávamos as nossas harpas.” (V:1-2)

Explicação: O povo de Israel estava longe de sua terra e templo, símbolos da presença de Deus. Sentados à beira dos rios da Babilônia, choravam, expressando a perda da identidade espiritual e nacional. As harpas penduradas simbolizam a incapacidade de cantar, já que a música era ligada ao louvor em liberdade.

Aplicação prática: Há momentos em que as lutas nos fazem sentir distantes de Deus. Podemos estar em “Babilônias” da vida, onde parece impossível louvar. Mas esse tempo de dor pode fortalecer nossa esperança e nos levar a valorizar ainda mais a presença do Senhor.


2. Zombaria e resistência

“Os que nos levaram cativos nos pediam canções, e os que nos oprimiam, que fôssemos alegres, dizendo: ‘Cantai-nos algum dos cânticos de Sião’. Como, porém, haveríamos de entoar o cântico do Senhor em terra estranha?” (V:3-4)

Explicação: Os babilônios zombavam dos israelitas, exigindo que cantassem hinos sagrados como se fossem canções comuns. Mas o povo resistiu, afirmando que o louvor a Deus não poderia ser profanado em um contexto de opressão e humilhação.

Aplicação prática: Devemos preservar a santidade do nosso louvor, não permitindo que ele seja usado de forma superficial. Em tempos de pressão e zombaria, manter firmeza espiritual é testemunho de fidelidade ao Senhor.


3. Fidelidade a Jerusalém

“Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, que se resseque a minha mão direita. Apegue-se-me a língua ao paladar, se não me lembrar de ti, se não preferir Jerusalém à minha maior alegria.” (V:5-6)

Explicação: O salmista expressa votos solenes de fidelidade. Jerusalém representava a aliança de Deus com Seu povo. Esquecer-se dela seria como perder a própria identidade. O voto da mão e da língua reforça que a memória da cidade santa deveria permanecer viva.

Aplicação prática: Assim como os israelitas prometeram não esquecer de Jerusalém, precisamos manter nossa mente e coração firmes em Cristo, mesmo em ambientes que tentam nos afastar da fé. A verdadeira alegria está em priorizar a presença de Deus.


4. Desejo de justiça

“Lembra-te, Senhor, dos filhos de Edom, que no dia de Jerusalém diziam: ‘Arrasai-a, arrasai-a, até aos seus alicerces’. Filha da Babilônia, que hás de ser destruída, feliz aquele que te der o pago do mal que nos fizeste.” (V:7-8)

Explicação: Aqui surge o clamor por justiça. O povo lembra-se da traição dos edomitas, que apoiaram a destruição de Jerusalém, e pede a Deus que retribua à Babilônia conforme suas ações. É um grito de dor, não apenas de vingança, mas de justiça divina.

Aplicação prática: Em situações de injustiça, é natural desejar reparação. Contudo, somos chamados a entregar nossa causa ao Senhor. Ele é o justo juiz que conhece os corações e retribuirá no tempo certo.


História Bíblica: Parábola do Rico e Lázaro

“Havia certo homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo e vivia todos os dias no luxo. Diante do seu portão fora deixado um mendigo chamado Lázaro, coberto de chagas; este ansiava comer o que caía da mesa do rico. Até os cães vinham lamber-lhe as feridas. Chegou o dia em que o mendigo morreu e os anjos o levaram para junto de Abraão.

O rico também morreu e foi sepultado. No Hades, em meio aos tormentos, olhou para cima e viu Abraão de longe, com Lázaro ao seu lado. Então, chamou: ‘Pai Abraão, tem misericórdia de mim e manda que Lázaro molhe a ponta do dedo na água e refresque a minha língua, porque estou sofrendo muito neste fogo’.” (Lc. 16:19-24).

Assim como o rico não valorizou o que era eterno, os israelitas no exílio sentiram a dor de estar longe do essencial: a presença de Deus em Sião (Sl 137:1-2). O convite é para priorizarmos o que tem valor eterno. Leia a parábola completa em Lucas 16:19-31.


História Contemporânea “As lágrimas no exílio da alma”

Na pequena cidade de Beltrona, Viviane enfrentava um “exílio” pessoal. Depois de perder o emprego e ver seu casamento em ruínas, sentia-se distante de tudo o que um dia lhe trouxe alegria. Passava horas diante da janela, como se estivesse à beira dos rios da Babilônia, chorando suas perdas. Amigos diziam que ela precisava “cantar novamente”, mas a dor era tão grande que até suas orações haviam cessado.

Um dia, ao ouvir uma pregação baseada no Salmo 137, percebeu que ainda poderia voltar sua esperança para Deus, mesmo no meio da sua dor. Decidiu retomar pequenas orações diárias e, com o tempo, sentiu novamente força para viver. Seu “Sião” não era um lugar físico, mas a restauração da comunhão com Deus. Descobriu que, mesmo no exílio da alma, Ele continua presente e fiel.


Oração do dia

Senhor, Tu conheces as lágrimas que derramamos nos exílios da vida. Muitas vezes nos sentimos distantes de Ti, incapazes de cantar. Mas hoje Te pedimos que restaures a nossa esperança. Fortalece-nos para mantermos nossa fidelidade em meio às provações e dá-nos alegria para louvar-Te, mesmo em terras estranhas. Que nunca nos esqueçamos da Tua presença e da Tua justiça. Em nome de Jesus, amém.


Leitura pessoal da Palavra

Não pare por aqui. Leia na sua Bíblia o Salmo do dia e a história bíblica apresentada. Ao abrir a Palavra, o Senhor falará diretamente com você. O que está escrito no blog é igual para todos, mas a forma como Deus vai tocar seu coração será única e intransferível. A experiência de ouvir a voz de Deus por meio da leitura será mais profunda, impactante e transformadora do que qualquer resumo que você encontrar.


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Ministério Família da Assembleia dos Santos Ipiaú - BA


Apêndice:


Comparação Bíblica: Sheol, Hades e Geena

O termo Hades aparece no Novo Testamento como tradução do hebraico Sheol, que significa “mundo dos mortos” ou “sepultura”. Diferente do conceito de “inferno” (Geena), o Hades era entendido como o lugar invisível onde as almas iam após a morte — tanto justos quanto injustos, antes da ressurreição.

Na cultura judaica, o Sheol era descrito como um estado de espera. Já na tradição grega, Hades era o deus que governava o mundo subterrâneo, e o termo passou a designar o próprio lugar dos mortos. Quando a Bíblia foi traduzida para o grego (Septuaginta), usou-se Hades para traduzir Sheol.

No relato de Lucas 16:23, “No Hades, em meio aos tormentos…”, Jesus está usando uma linguagem conhecida pelos ouvintes para ilustrar a separação entre o destino do rico e o de Lázaro. Ou seja, não se trata apenas de geografia espiritual, mas de um ensino sobre justiça divina, consciência após a morte e a certeza de que existe destino eterno.

👉 Resumindo:

  • Sheol (hebraico): morada dos mortos.

  • Hades (grego): equivalente a Sheol, lugar invisível dos falecidos.

  • Geena: diferente de Hades, refere-se ao “inferno eterno”, local de juízo final.

Termo

Origem

Significado Básico

Uso no Antigo Testamento

Uso no Novo Testamento

Enfoque Teológico

Sheol

Hebraico

“Morada dos mortos”, sepultura ou lugar invisível para onde iam todos os mortos (justos e ímpios).

Muito citado nos Salmos e nos Profetas (ex: Sl 16:10). Lugar de silêncio e sombra, sem distinção clara entre justos e ímpios.

Traduzido como Hades na Septuaginta (versão grega do AT).

Ênfase no destino comum da humanidade após a morte, antes da revelação da ressurreição.

Hades

Grego

Lugar invisível dos mortos. Equivalente grego do Sheol.

Não aparece no AT hebraico, mas sim na tradução grega.

Usado por Jesus e apóstolos (ex: Lc 16:23, At 2:27). Indica estado intermediário de consciência após a morte.

Retrata um local de espera até o juízo final, podendo trazer tormento para ímpios e consolo para justos.

Geena

Hebraico/Aramaico (Geh-Hinnom)

Vale de Hinom, perto de Jerusalém, usado como depósito de lixo e sacrifícios pagãos no passado.

Associado à impureza e juízo divino (Jr 7:31-32).

Jesus o usa para simbolizar o inferno eterno (ex: Mt 5:22, Mc 9:43).

Diferente de Sheol/Hades. Representa o destino final de condenação, o “lago de fogo” (Ap 20:14).

👉 Em resumo:

  • Sheol (AT): morada geral dos mortos.

  • Hades (NT): versão grega do Sheol, com ênfase em consciência após a morte.

  • Geena: não é lugar temporário, mas a condenação eterna.

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