Qual ambiente devo andar?

Aprendendo com Jesus a lidar com a incompreensão

Por Angela Dias, inspirada na ministração do Pr. Cláudio Duarte do dia 1º de abril de 2025

A escolha de Jesus: segurança acima da exposição

Jesus escolheu andar pela Galileia em vez da Judeia, porque sabia que ali sua vida estava em risco. Jesus não agia por impulso ou pressão, mas segundo a sabedoria e o tempo estabelecido pelo Pai:

“Jesus andava pela Galileia, porque não desejava andar pela Judeia, visto que os judeus queriam matá-lo.” (João 7:1)

Enquanto seus irmãos insistiam para que Ele fosse à Judeia e se expusesse publicamente, Jesus escolheu permanecer em um ambiente seguro. Essa decisão revela uma verdade poderosa: o lugar onde escolhemos andar influencia diretamente nossa missão, nossa proteção e nosso propósito. Mais tarde, Ele foi à Judeia, mas não com seus irmãos nem com os discípulos. Sabia que havia risco, pois ali estavam pessoas que não O compreendiam e desejavam o mal. Ainda assim, era parte de sua missão. Porém, sua estratégia era clara: preservar aqueles que amava.

A nossa vida não é só nossa. Pertence também àqueles que nos amam. Por isso, precisamos agir com responsabilidade e sabedoria ao escolher onde devemos estar.

A proteção de Cristo, se estende a nós. Ele ainda é o mesmo que salva o perdido, que levanta o caído e que guarda os seus. Ele ainda é o estranho que caminha entre os homens para mostrar que é possível viver uma vida santa mesmo em um mundo corrompido.

A incompreensão dos mais próximos

Muitas vezes, nós somos incompreendidos exatamente pelas pessoas que nos conhecem, sabem da nossa origem antes mesmo de estudarmos, crescermos e nos formarmos. Eles nos conheciam ainda antes de sabermos tudo isso. E é justamente por isso que não nos dão o devido crédito. Enxergam a versão antiga de quem fomos e não conseguem aceitar a transformação de quem nos tornamos.

Somos, então, muito mais honrados por pessoas que não nos conhecem do que pelos da própria casa e amigos. Jesus viveu isso. Os seus irmãos, que cresceram com Ele, não compreendiam sua missão. Eles o incentivaram a se expor, talvez não apenas por incredulidade, mas também por incômodo. Viver ao lado de alguém que faz tudo certo, que anda em santidade, pode ser desconfortável para quem não está disposto a mudar.

A luz de um justo incomoda quem prefere as sombras. E o mais difícil é saber que às vezes, quem mais te questiona, é quem mais deveria te apoiar. Mas não desanime. Isso também aconteceu com o nosso Senhor. Ele foi rejeitado pelos seus, mas não deixou de cumprir o propósito.

“Veio para o que era seu e os seus não o receberam.” (João 1:11)

Por isso, não espere ser reconhecido por todos. Foque em ser fiel ao chamado. O céu sabe quem você é, e isso basta.

Você é estranho? Ótimo, está no caminho certo

O ministério de Jesus foi constantemente marcado por estranheza. Ele era incompreendido pelos seus, questionado pelos líderes religiosos e até desacreditado por sua origem simples. Em João 7, vemos que as pessoas estavam confusas:

“Como este homem tem tanto conhecimento, sem nunca ter estudado?” (João 7:15)

Isso revela uma verdade poderosa: o céu não precisa da validação da terra para agir. Jesus não se encaixava no padrão humano porque Ele seguia o padrão do Reino. E isso serve para nós: se sua vida parece “estranha” para o mundo, talvez você esteja no caminho certo.

A mulher adúltera: quando o encontro com Jesus muda tudo

Em João 8, vemos o famoso episódio da mulher pega em adultério. Ela foi levada a Jesus, não por compaixão, mas como uma armadilha para Ele. A Lei era clara: ela deveria morrer apedrejada. Mas Jesus, com sabedoria divina, respondeu:

“Aquele que dentre vós está sem pecado, seja o primeiro que lhe atire pedra.” (João 8:7)

Todos se foram. Ficaram apenas Jesus e a mulher. Ele então declara:

“Mulher, onde estão os teus acusadores? Ninguém te condenou?... Nem eu tampouco te condeno. Vai e não peques mais.” (João 8:10-11)

Esse momento revela o coração de Cristo: Ele não ignora o pecado, mas oferece graça, perdão e nova oportunidade. Não importa o tamanho da queda. O que importa é a decisão de se levantar.

“Você precisa de arrependimento, não de remorso. O arrependimento impulsiona você a prosseguir. O remorso, a desistir.” (Pr. Cláudio)

Conclusão: escolha bem o ambiente onde você anda

Jesus nos ensina que não se deve andar em qualquer lugar só para ser visto. A exposição sem propósito pode custar caro. Ele também nos ensina que não é necessário provar quem somos para ninguém, pois nosso comportamento já é um testemunho vivo.

Se você se sente incompreendido, rejeitado ou até perseguido por tentar viver segundo os princípios de Deus, saiba: Jesus passou por isso antes de você. E ainda assim, Ele não deixou de amar, perdoar e proteger.

João 7 e 8 nos revelam um Cristo que não apenas ensina com palavras, mas com atitudes. Que guarda, que salva e que acredita em quem ninguém mais acredita. Porque para Ele, sempre há um novo começo para quem decide viver de verdade.

Referências Bíblicas:

• João 7:1-10 / João 8:1-11 / João 7:15 /João 8:7 /João 8:10-11

Leia agora, três histórias contemporâneas, fictícias com lições reais:

1. 🌿 Judáber, o que rejeitou o palco

Judáber era um jovem talentoso do interior da Bahia. O nome inusitado veio da mistura de Judá (louvor, do hebraico) e Ber (luz, do aramaico), significando “aquele que louva com luz”. Desde novo, se destacou na música e recebeu propostas para cantar em grandes festivais seculares. Com a chance de brilhar, amigos e até familiares insistiram:
“Vai, esse é o teu momento! Você vai ser reconhecido no mundo inteiro!”
Mas Judáber sentia no coração que aquele não era o ambiente onde deveria estar. Havia algo sombrio por trás da fama fácil. Em um final de semana, minutos antes de subir ao palco de um show em Fortaleza, ele se ajoelhou no camarim e orou:
“Senhor, se essa não é a Tua vontade, me dá coragem de dizer não.”
Naquela mesma noite, Judáber abandonou tudo. Voltou para casa, chorando no ônibus. Foi ridicularizado, chamado de “burro”, mas decidiu servir na igreja local. Meses depois, suas composições passaram a tocar em retiros, acampamentos e cultos por todo o país. Sem precisar da grande vitrine, Deus o honrou no secreto.

2. Teodirina, a estranha que ninguém entendia

Teodirina (nome derivado de Theos = Deus e dirina = força, do latim arcaico), “força que vem de Deus”, era gerente de um banco renomado em São Paulo. Ela era honesta, transparente e tratava todos com dignidade. Mas, no ambiente de trabalho, isso causava estranheza. Recusava-se a participar de esquemas internos e joguinhos políticos. As colegas a apelidaram de “pastora do RH”.
Um dia, após uma auditoria interna, ela foi acusada injustamente de ocultar documentos. Sem conseguir provar sua inocência de imediato, foi afastada e teve sua reputação manchada.
Em casa, aos prantos, se ajoelhou e clamou:
“Senhor, Tu sabes quem eu sou. Não deixa que a mentira prevaleça.”
Três semanas depois, descobriram que os arquivos haviam sido escondidos por um gerente recém-contratado. Ela foi reintegrada, promovida e chamada para liderar um projeto de integridade corporativa no grupo. O que parecia estranheza, era um testemunho vivo do caráter de Cristo.

3. Zemariah, o adúltero que ninguém esperava

Zemariah (nome fictício com raiz em Ze = “aquele que” e Mariah = “amargura transformada”, do hebraico) era casado, pai de três filhos e conhecido como exemplo de homem de Deus. Mas caiu. Uma colega do trabalho se aproximou em meio às suas crises conjugais, e ele cedeu à tentação. O adultério foi descoberto. A vergonha veio como um tsunami. A esposa pediu separação. Os filhos se afastaram.
Humilhado, Zemariah foi até a igreja e se ajoelhou sozinho no último banco:
“Deus, se o Senhor ainda me vê, me ensina a me levantar.”
Com lágrimas e muitos meses de restauração, começou a frequentar um grupo de homens em crise. Perdeu o cargo, o prestígio e os holofotes, mas ganhou o quebrantamento. Hoje, Zemariah ministra sobre arrependimento e graça para casais feridos. Seu casamento foi restaurado, e sua história virou ponte de reconciliação para outros.
"Onde abundou o pecado, superabundou a graça." – Romanos 5:20

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